terça-feira, 19 de março de 2013

NEM TUDO ACABA EM PIZZA




Estou só em casa, escolho um filme romântico antigo, recosto-me no sofá e à medida que as cenas passam eu me envolvo de tal forma que parece que estou no papel principal. Olhos parados em frente  a TV, nem pisco.
Imagino sendo a mocinha do filme, apaixonada pelo vaqueiro da fazenda, é um amor tão belo e puro, pena que é proibido, seus pais nem sonham com tal romance. Mas como nada é escondido um dia seus pais a vêem com o vaqueiro em um longo e apaixonado beijo.
Arrastam-lhe para longe do rapaz como se o fato dele ser pobre fosse uma doença contagiosa. Impedem de vez que ela saia de casa sem companhia, mas ela dá sempre um jeitinho e se encontra com seu amor que a cada dia aumenta mais.
Estou lá tão concentrada no filme, ouço passos se aproximando e penso que é meu pai que está a me vigiar. Batem na porta, tenho um susto quase caio da cadeira. Com a voz trêmula pergunto quem é ainda imaginando estar no filme. Uma voz masculina lá fora responde: É a pizza que a senhora pediu. Desperto e lembro que liguei e pedi a pizza para o jantar, dou pausa no filme, atendo o entregador, volto, desligo a TV, coloco a pizza na mesa e mais uma vez recosto-me no sofá.
Desta vez sem o filme da TV, o filme está na minha cabeça, as lembranças, a saudade do meu amor toma conta do meu ser, não consigo controlar as lágrimas, choro até adormecer lá mesmo no sofá, acordo duas horas depois a pizza já congelada e eu com uma enorme dor de cabeça, simplesmente tomo um comprimido e desabo na cama.  

Escrito por Maria José
Autora do DIÁRIO DE UMA LOUCA

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