Estou só em casa, escolho um filme romântico antigo, recosto-me
no sofá e à medida que as cenas passam eu me envolvo de tal forma que parece
que estou no papel principal. Olhos parados em frente a TV, nem pisco.
Imagino sendo a mocinha do filme, apaixonada pelo
vaqueiro da fazenda, é um amor tão belo e puro, pena que é proibido, seus pais
nem sonham com tal romance. Mas como nada é escondido um dia seus pais a vêem
com o vaqueiro em um longo e apaixonado beijo.
Arrastam-lhe para longe do rapaz como se o fato dele ser
pobre fosse uma doença contagiosa. Impedem de vez que ela saia de casa sem
companhia, mas ela dá sempre um jeitinho e se encontra com seu amor que a cada
dia aumenta mais.
Estou lá tão concentrada no filme, ouço passos se
aproximando e penso que é meu pai que está a me vigiar. Batem na porta, tenho
um susto quase caio da cadeira. Com a voz trêmula pergunto quem é ainda
imaginando estar no filme. Uma voz masculina lá fora responde: É a pizza que a
senhora pediu. Desperto e lembro que liguei e pedi a pizza para o jantar, dou
pausa no filme, atendo o entregador, volto, desligo a TV, coloco a pizza na
mesa e mais uma vez recosto-me no sofá.
Desta vez sem o filme da TV, o filme está na minha
cabeça, as lembranças, a saudade do meu amor toma conta do meu ser, não consigo
controlar as lágrimas, choro até adormecer lá mesmo no sofá, acordo duas horas
depois a pizza já congelada e eu com uma enorme dor de cabeça, simplesmente
tomo um comprimido e desabo na cama.
Escrito por Maria José
Autora do DIÁRIO DE UMA LOUCA
Escrito por Maria José
Autora do DIÁRIO DE UMA LOUCA
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