terça-feira, 26 de novembro de 2013

CASTELO ENCANTADO



Sei que o tempo se encarregou da separação de nossos corpos, mas jamais consegui te tirar do pensamento.
Sento-me a beira mar e igual criança escrevo nossos nomes na areia, já fiz até nossa casa lá.
Certo dia dei uns retoques que faltava no nosso “castelo encantado” e estava em pensamento colocando os móveis cada um em seu lugar. Absorta na tarefa não percebi a mudança do tempo, quando os primeiros respingos de chuva molharam meu rosto eu me assustei, a chuva chegou com uma intensidade estarrecedora, levou embora o “nosso castelo”.
Aí percebi que mesmo permanecendo em meus pensamentos, não mais sentirei teu abraço, teu carinho teu afago.

As lágrimas misturaram-se a água da chuva, coloquei a sandália na mão e cabisbaixa caminhei silenciosamente de volta pra casa. 


Escrito por Maria José
Autora do DIÁRIO DE UMA LOUCA

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

DEVANEIOS



As crianças brincando tranqüilas, meu esposo se balançando numa cadeira e eu na janela a observá-los.
As borboletas sobrevoando o jardim, como se fizessem um balé, o sorriso das crianças demonstrava a tranqüilidade do ambiente.
Continuo por horas seguidas observando este cenário que parece irreal, não consigo pensar em mais nada, nem pisco para não perder nem um detalhe daquele momento mágico.
Esta sim é a vida que pedi a Deus, casa com varanda e jardim, crianças brincando, marido descansando após o trabalho e eu ali, sorriso nos lábios demonstrando a felicidade que este momento me proporciona.

Uma rajada de vento forte me faz voltar à realidade e perceber que era apenas mais um devaneio, fruto do meu pensamento. Continuo na janela sim, mas nada de crianças ou marido, apenas a rua deserta, um silêncio que amedronta, eu volto pra minha velha poltrona, recosto-me, e lá mesmo entre lágrimas e soluços adormeço na esperança que o despertar de um novo dia me traga novidades positivas.   

Escrito por Maria José
Autora do DIÁRIO DE UMA LOUCA

PEQUENO DESABAFO



Uma vida desregrada, muito trabalho, esforço físico e mental, alimentação inadequada, fizeram com que eu chegasse onde estou hoje, aposentada por invalidez, depressiva, ingerindo um monte de comprimidos por dia, lógico que sob acompanhamento psicológico e psiquiátrico, para tentar ter uma vida “normal”.
Problemas de saúde diversos, 17 cirurgias todas sob uso de anestesia geral, me preparando para a 18ª ainda este ano de 2013, fratura de cóccix, diabetes, hipertensa, limitações que me impedem de fazer tantas coisas que antes era moleza, hoje sou incapaz de colocar a comida no prato, e agradeço a Deus por poder levá-la a boca.
Serviços domésticos não tenho condições de fazer, mas acredito num DEUS de misericórdia e poder, tenho certeza que esta fase que me acompanha a 09 anos vai passar, e darei sim a volta por cima, ainda tenho muito que conquistar antes de partir deste mundo, JESUS é quem sabe, Ele tem um propósito pra tudo.
No momento vivo triste e melancólica, chorando pelos cantos, com um sentimento de inutilidade.
Mas, sei que lá do outro lado da ponte existe coisas belas que irei conquistar, ainda vou freqüentar muito minha casa da árvore, ainda irei a praia muitas vezes só pra relaxar, curtir as maravilhas que a natureza nos oferece gratuitamente.
Porém, apesar de todos os problemas, sinto que plantei boas sementes enquanto pude, comprovo isto através do sucesso dos meus queridos alunos, cada degrau que eles sobem, é como se eu estivesse subindo também.
Resta-me no momento desabafar aqui, que aceita tudo, não me reprime, não reclama de nada, é através desse DIÁRIO DE UMA LOUCA que expresso meus sentimentos e angústias.

Escrito por Maria José

Autora do DIÁRIO DE UMA LOUCA 

domingo, 24 de novembro de 2013

VIDA VAZIA



Entrei, temendo assustar alguém, como se na casa morasse outras pessoas, às vezes esqueço que moro só.
Reinava o silêncio total, eu chegava a ouvir nitidamente a minha respiração e as batidas do meu coração, aquele silêncio angustiante, que incomoda.
Fui até a varanda, olhei para o jardim, contemplei as rosas, sentei-me no batente, a rua vazia assim como meu coração.
Lembrei de dias felizes que vivi ali mesmo, casa cheia, parentes e amigos, altos papos, riso solto, porém, com o passar do tempo muita coisa aconteceu: a família mudou pra outra cidade, alguns amigos já não moram mais aqui.

As circunstâncias da vida fizeram com que eu me fechasse no meu mundinho particular, resumido a um passeio a beira mar, sozinha, a brisa me acalma um pouco, retorno e é mais um dia do mais completo abandono e solidão.

Escrito por Maria José
Autora do DIÁRIO DE UMA LOUCA

sábado, 23 de novembro de 2013

DEFINIÇÕES



É tempo de sair de cima do muro, enfrentar a vida, dar à cara a tapa e esperar pelo desenrolar dos fatos.
Tempo de superar os obstáculos que teimam em aparecer constantemente no meu cotidiano, surgindo de repente do nada e atrapalhando meus planos.
Há anos que aguardo ansiosa uma mudança, diga-se de passagem, necessária na minha vida, preciso despertar, contornar meus medos e ansiedade e abraçar cada chance que a vida me ofereça –mesmo que pequenas- agarrá-las com unhas e dentes e voar em busca da felicidade.
Sei que ela está dentro de mim, mas preciso encontrá-la no mais íntimo do meu ser e acordá-la.
Preciso com certa urgência SER FELIZ, não agüento mais viver fechada, calada, quieta no meu canto, é hora de mostrar ao mundo que aqui estou para VIVER em todos os sentidos.


Estou indo buscar minha felicidade!

Escrito por Maria José
Autora do DIÁRIO DE UMA LOUCA

CAMINHANDO



Caminhando livremente, pés descalços, paro um pouco e decido repousar, fixo o olhar nas ondas do mar, busco explicações para um monte de dúvidas que me atormentam.
O pensamento neste momento está bem distante dali, a água fria sob meus pés faz-me recobrar a consciência apenas por uns instantes.
Busco uma sombra, recosto-me e mais uma vez mergulho nos meus pensamentos.
Lembro-me que estou só, ali parece não haver ninguém só eu e o mar. Tenho vontade de voltar pra casa e me pergunto: Fazer o quê?
Deixei o tempo passar, trabalhei e estudei o suficiente, mas falta-me companhia. Alguém com quem dividir os bons e maus momentos do cotidiano.
Bate uma saudade do tempo que tudo era motivo pra risos e alegrias, hoje vivo angustiada, isolada entre paredes de cimento.

Resolvo continuar a caminhada solitária, a única coisa nos últimos dias que consegue arrancar um suspiro mais agudo: observar o vai e vem das ondas do mar.

Escrito por Maria José
Autora do DIÁRIO DE UMA LOUCA

CAMINHOS




Sempre assim, solitária, braços abertos esperando ansiosa um pouco de carinho, de atenção, um abraço que me conforte, que me livre de todos os maus pensamentos.

Preciso sim de ajuda, de alguém que me indique um caminho a seguir, que me ajude a atravessar a ponte que me separa do mundo real e deixa-me totalmente entregue a solidão.

Escrito por Maria José
Autora do DIÁRIO DE UMA LOUCA

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

OLHANDO O MAR



SENTADA LÁ NA PRAIA
PUS-ME A ADMIRAR
AQUELA RARA BELEZA
AS LINDAS ONDAS DO MAR
FIQUEI EMOCIONADA
O CORAÇÃO PALPITAVA
AS LÁGRIMAS SENTI ROLAR.