sexta-feira, 22 de março de 2013

PASSEIO MATINAL




Na caminhada matinal resolvi desviar um pouco o caminho que percorro sempre, afinal temos que variar um pouco e já que a mudança é necessária eu segui uma trilha que parecia não ter fim, lá na frente vi uma árvore grande com uma sombra boa, fui até lá, recostei-me pra descansar um pouco, percebi que dava pra subir num galho e sentar-me um pouco.
Subi, sentei-me e vi outro galho que eu podia ir até lá, fui e confesso que foi a melhor decisão, de lá eu vi um riacho com uma água limpinha que chega era transparente, olhei ao redor, tinha borboletas coloridas voando, pássaros felizes de galho em galho gozando da liberdade que seu habitat lhe oferece.
Perdi a noção do tempo fazendo essa observação, voltei no tempo onde trabalhava na zona rural e tinha essa visão constante, lembrei da escola, colegas de trabalho, alunos, bateu uma saudade tão forte, quando menos esperei estava chorando. Permaneci lá até por volta das onze da manhã (ou seja, a manhã inteira), tinha saído de casa as seis.
Desci da árvore, num gesto quase inconsciente acenei para as borboletas, as aves, fui até o riacho molhei os pés, lancei mais um olhar para a árvore e mesmo contra vontade segui o caminho de volta, para aquelas paredes de cimento, onde moramos eu e a solidão. De portas fechadas passei o restante da tarde e a noite, refletindo sobre minha vida: Por que eu não sou livre como os pássaros e as borboletas? Por que tenho que me isolar do mundo e amargar todos os dissabores da vida?

Escrito por Maria José
Autora do DIÁRIO DE UMA LOUCA

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