Na caminhada matinal resolvi desviar um pouco o caminho que
percorro sempre, afinal temos que variar um pouco e já que a mudança é necessária
eu segui uma trilha que parecia não ter fim, lá na frente vi uma árvore grande
com uma sombra boa, fui até lá, recostei-me pra descansar um pouco, percebi que
dava pra subir num galho e sentar-me um pouco.
Subi, sentei-me e vi outro galho que eu podia ir até lá, fui
e confesso que foi a melhor decisão, de lá eu vi um riacho com uma água
limpinha que chega era transparente, olhei ao redor, tinha borboletas coloridas
voando, pássaros felizes de galho em galho gozando da liberdade que seu habitat
lhe oferece.
Perdi a noção do tempo fazendo essa observação, voltei no
tempo onde trabalhava na zona rural e tinha essa visão constante, lembrei da
escola, colegas de trabalho, alunos, bateu uma saudade tão forte, quando menos
esperei estava chorando. Permaneci lá até por volta das onze da manhã (ou seja,
a manhã inteira), tinha saído de casa as seis.
Desci da árvore, num gesto quase inconsciente acenei para as
borboletas, as aves, fui até o riacho molhei os pés, lancei mais um olhar para
a árvore e mesmo contra vontade segui o caminho de volta, para aquelas paredes
de cimento, onde moramos eu e a solidão. De portas fechadas passei o restante
da tarde e a noite, refletindo sobre minha vida: Por que eu não sou livre como
os pássaros e as borboletas? Por que tenho que me isolar do mundo e amargar
todos os dissabores da vida?
Escrito por Maria
José
Autora do DIÁRIO DE
UMA LOUCA
Nenhum comentário:
Postar um comentário