quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

CENAS INESQUECÍVEIS





Entrei em casa após um dia exaustivo de reuniões, me deparei com uma cena inesperada: duas malas arrumadas próximo a porta da sala, não entendi o significado achei que era fruto do cansaço que tomava conta do meu corpo.

Dirigi-me ao quarto e pra minha surpresa lá não havia mais nada teu, gavetas vazias, ombreiras jogadas em cima da cama, nossa foto de casamento jogada em um canto da cômoda. Fiquei sem palavras, ações ou reações.

Retornei a sala, coração acelerado, pernas bambas, e no centro estava um bilhete escrito “estou indo, partindo para uma vida nova”. De repente entrastes apressado, passastes por mim e foi como se não tivesse me visto, jogastes as chaves da casa em cima do sofá, pegastes as malas e eu fiquei parada, sem conseguir me mexer.

Alguns segundos depois fui até a janela, ainda te vi entrar no carro na companhia de uma loira que até hoje não sei quem é, não sei o que aconteceu para que me trocaste por ela.

Tudo que sei é que aquele dia foi o último que te vi. Mesmo após algum tempo continuo tentando entender.

Claro que encontrei outra pessoa, vivo feliz com ele, mas a imagem daquelas malas, você entrando no carro não consegui esquecer.



Escrito por Maria José
Autora do DIÁRIO DE UMA LOUCA 



SAUDADES DE MIM... DE TI... DE NÓS



Hoje amanheci com um sentimento que já está se tornando rotina, saudade do tempo de infância, de adolescência, do tempo que eu me conhecia, sabia o motivo exato dos meus risos e choros.

Saudades da vida plena que eu levava, curtia intensamente cada momento, agora não sou capaz de sequer me definir, não sei quem sou de verdade, não sei o que houve com minha vida, que praticamente me anulei não me amo mais como antes, pra mim tudo é indiferente, tanto faz sair como ficar em casa, não sei mais o que é ser feliz.

Minha vida tornou-se um imenso vazio onde nada faz sentido. O que antes eram preciosidades hoje nada valem, só tenho pensamentos negativos.

Saudades do tempo que nos amávamos loucamente, das juras eternas que com o tempo evaporaram, sei que estás bem, tens um novo amor e eu...

A depressão aos poucos está me consumindo, vivo a base de medicamentos controlados para sobreviver, mas o que mais me faz falta é o teu abraço, o teu calor, os teus beijos, sei que vou superar, só não tenho certeza se vou te esquecer, pois até agora não consegui. Os poucos momentos de lucidez que tenho dedico a ti meu eterno amor.

Tenho esperança que o tempo se encarregue de um dia me fazer entender o motivo de tanta mudança na minha vida.


Escrito por Maria José
Autora do DIÁRIO DE UMA LOUCA 

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

AQUELE SORVETE




Em um final de tarde, um calor insuportável fui até a sorveteria mais próxima, sentei-me, pedi um sorvete e fiquei observando o ir e vir apressado das pessoas, como se o mundo fosse acabar dali cinco minutos.

Em meio aquela gente apressada surgiu o mais belo sorriso que já vi em toda minha vida, assim como eu ele não tinha pressa alguma, dirigiu-se até a mesa onde eu estava, me cumprimentou, perguntou se podia sentar.

Observei que não só seu sorriso era belo, mas emanava uma beleza que fiquei estonteada, passei a admirá-lo que nem vi o tempo passar. Estávamos no terceiro sorvete e já estávamos à vontade conversando e sorrindo. Ele tocou minha mão e se eu já havia sentido emoção maior, não lembro.

A partir daquela tarde passamos a nos encontrar “casualmente” na sorveteria durante uma semana. Aí realmente perdemos o controle da situação, saíamos juntos todas as noites jantávamos, passeávamos de mãos dadas e até hoje dois anos depois cada vez que ele me toca eu me emociono, a cada beijo, cada carícia, cada roçar de pele.

Cada dia sinto que estamos mais e mais apaixonados e graças aquela tarde de muito calor, aquele sorvete, o nosso casamento está marcado para o próximo mês de maio.  


Escrito por Maria José
Autora do DIÁRIO DE UMA LOUCA 

APRENDIZADO




Ah amor como eu queria que tudo tivesse sido diferente entre nós, pois quando te vi a primeira vez idealizei na minha mente que eras o homem ideal pra mim.

Você veio conversar comigo, um papo até legal, se não fosse aquele senhor oferecendo flores e você se recusou a comprar, pois não gastava dinheiro à toa. Sabia que no momento eu entendi primeira conversa, primeiro encontro, tudo bem que na tua cabeça eu não merecia aquele agrado.

No segundo encontro fomos jantar e pra minha surpresa escolhestes o prato que custava menos, mas eu não, eu pedi o prato que estava querendo, percebi que me olhastes subitamente quando fiz o pedido ao garçom. Jantamos, trocamos carícias, tudo como um casal normal, quando terminamos que chegou a conta, que avaliastes cada detalhe, começastes a fazer as contas eu me senti mal sabe, ao te ouvir dizer que eu ia pagar a minha comida porque tinha pedido coisas caras, eu sou acostumada a arcar com minhas despesas, achei normal, o que estranhei foi o modo como me disseste: cada um paga o seu, de forma ríspida.

O próximo encontro foi a gota d’água, quando te recusastes a ir ao cinema pois aquele dia não tinha promoção.

Eu não queria que você pagasse minhas despesas, pois trabalho e sou totalmente independente, o problema era o tom que usavas quando se referia a alguma despesa, mudavas completamente.

Ir a um motel nem pensar era mesmo que jogar dinheiro fora já que podíamos usar o seu apartamento ou o meu.

Mesmo gostando de ti, cansei dessa sovinice toda, eu quero viver sabe curtir, dinheiro é bom, mas exatamente serve pra suprir nossas necessidades, não me apego a bens materiais, pra mim o que importa é o interior da pessoa, o coração.

Não digo que perdi tempo contigo porque tudo na vida é um aprendizado.

Escrito por Maria José
Autora do DIÁRIO DE UMA LOUCA 



TRAGÉDIA EM SANTA MARIA - RS










Na noite de 27 de janeiro jovens universitários, com a cabeça repleta de sonhos, planos, saem para se divertir um pouco, dirigem-se até a boate Kiss uma das principais casas noturnas de Santa Maria, no interior gaúcho famosa por receber estudantes universitários.

Na boate, que tem capacidade para cerca de 2.000 pessoas, e fica na Rua dos Andradas, na altura do número 1.925, acontecia uma festa universitária, estudantes de várias localidades do estado comemoravam ao som da banda Gurizada Fandangueira.

Um dos integrantes da banda acendeu um sinalizador que atingiu o teto da boate e o fogo rapidamente se espalhou.

Mais de 230 jovens já estão sepultados junto com todos os seus planos e sonhos, deixando parentes e amigos inconsoláveis, a cidade está de luto, o país está de luto, é triste ver a dor dos pais ao reconhecerem seus filhos, sepultá-los.

Rezo pelas vítimas fatais, peço que Jesus restabeleça a saúde dos que se encontram internados, muitos correndo sérios riscos de morte.

Peço ao Senhor Jesus que dê forças a essas famílias para suportarem tanta dor e sofrimento, pois não é fácil ver a cama onde dormiam vazia, as gavetas, os objetos pessoais, restou só a lembrança de tantos bons momentos vividos juntos e agora precisam  enfrentar  a vida sem seus entes queridos.





JESUS ABENÇOA ESSAS FAMÍLIAS E AMENIZA A DOR E O SOFRIMENTO DE CADA UM DELES!

Escrito por Maria José
Autora do DIÁRIO DE UMA LOUCA