sábado, 29 de dezembro de 2012

FALANDO DE EXCLUSÃO


Apesar de todos os problemas que passo diariamente, ainda encontro forças para não ser indelicada com as pessoas, sou discriminada eu sei, mas como cada um dá o que tem, eu respondo  com meio sorriso, dou um jeito de tirar de tempo e saio chorando por dentro, mas demonstrando tranquilidade.
Certa vez cheguei em um local onde sou bastante conhecida cumprimentei todos, fiz várias tentativas de iniciar uma conversa, interagir com o grupo, comecei a observar que nada que eu dizia ou fazia despertava interesse de ninguém.
Me senti péssima naquele momento, piscares de olhos, gestos entre si indicando que não desse atenção ao que eu dizia, a sensação foi terrível, engoli em seco, fingi que não tinha percebido e graças a Deus o celular tocou, pedi licença e me retirei pra atender.
Agora, discriminada por ser depressiva, por viver a base de medicação, é triste saber que um fato como este aleatório a minha vontade, faça com que as pessoas se afastem de mim, como se eu sofresse de uma doença contagiosa. como se isto fosse motivo para eu ser excluída da sociedade, sociedade esta que eu orgulhosamente contribuí para a formação.
Aí alguém ainda insinua que tomo medicação porque quero, que eu alimento a depressão, mas na boa se eu tivesse que escolher a vida que tinha há dez anos atrás, de trabalho, correria, boas amizades, farras saudáveis por esta que levo hoje, trancada dentro de mim mesma, chorando sem motivo aparente, sem forças até para viver.
Você acha que ia escolher qual?


Escrito por Maria José
Autora do DIÁRIO DE UMA LOUCA

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