LEMBRANÇAS

Sou aquela que sente saudades de tudo, que já viveu 51 anos e ainda sente falta de brinquedos de criança (que nunca teve), aquela que aos 09 anos de idade já era professora, que ainda lembra dos primeiros alunos e de todos, aquela que se emociona facilmente quando recebe um carinho de um aluno, um elogio, qualquer alusão ao tempo de educadora.

Aquela que vibra com o sucesso de seus alunos, e que chora quando por acaso algum fracassa.

Claro que o tempo faz com que amadureçamos, mas este mesmo tempo não apaga a saudade, a lembrança da infância, o orgulho de ir à escola diariamente e sobrar um tempinho para dedicação aos afazeres domésticos.

Sou aquela mesma criança que ia a escola sem o café da manhã, que fazia as lições de casa a noite a luz de lamparina, aquela que nunca teve tempo para brincar, que sempre encontrou motivos para estudar e ensinar.

Aquela que recebeu uma educação que não troco por nada, que tem maior orgulho da família, da infância pobre, dos grandes amigos que conservei a vida toda.

Aquela que aprendeu a respeitar os mais velhos, respeitar a opinião dos outros.

Aquela que tem o maior prazer de dizer que é filha de DONA LIA e SEU ZÉ ALVES, aquela que ama sua terra SOLEDADE.

A que ensinou em casa dos 09 aos 18 anos, a primeira Escola Pública que trabalhou foi no sítio Livramento, depois veio para o Padre Ibiapina, deslocou-se para Campina Grande ensinei no Severiano Pedro em Jenipapo, no Jeremias e no Bairro das Cidades, na Escola Luiz Cambeba.
Esta sou eu, Maria José de Sousa, a professora DEDA ou Maria José, ou Maria ou Tia, aquela que cada dia mais zela por sua família e amigos e continua apaixonada pela profissão.

Escrito por Maria José
Autora do DIÁRIO DE UMA LOUCA