Após vários anos sem notícias, sem sinal algum se estava
vivo ou não ele apareceu. De início mostrou certa insegurança por não saber a
minha reação, o tombo tinha sido grande, eu estava passada de tanto sofrer,
pois ele me abandonou as vésperas do nosso casamento, é como se tivesse
evaporado, alguns dias depois soube por uma amiga que ele tinha conhecido alguém
e tinha partido com ela.
Aproximou-se devagar, um meio sorriso, de repente eu
senti como se o chão sumisse, pernas trêmulas, suando frio, coração acelerado,
mas eu retribui o sorriso e então tudo que eu havia passado transformou-se em
emoção.
Senti-o novamente em meus braços, aquele beijo gostoso de
sabor inigualável, o cheiro que eu reconheceria em meio a multidões.
Afastou-se lentamente, olhou-me e pediu-me que o perdoasse
que ainda me amava, aliás, nunca tinha me esquecido. Conversamos, ele confessou
que alguns meses após ter ido embora arrependeu-se mas ficou sem coragem de
voltar.
Morou em diversas cidades, mas só, a companheira ele
deixou logo.
Pedi um tempo pra me recompor, ordenar meus pensamentos,
estava atordoada com a situação.
Ele estava hospedado em um hotel, e me procurava a uma
semana, deu-me o endereço e pedi que ele voltasse no dia seguinte. Na hora
combinada chegou com um buquê de rosas, muito bem arrumado, convidou-me para
jantar.
Saímos, foi muito bom, porém depois de tanto sofrer eu
não estava pronta psicologicamente para enfrentar e talvez decepcionar-me mais
uma vez.
Perdoei-o sim, mas preferi continuar só, por medo de
sofrer mais uma vez.
Escrito por Maria José
Autora do DIÁRIO DE UMA LOUCA
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