Nunca tive dificuldades em atravessar pontes, sempre fiz
de maneira natural, porém chega um dia que as pontes parecem mais longas,
escorregadias, cheias de empecilhos.
É assim que me sinto nos últimos tempos, vejo a ponte,
encaro, dou uns três passos e sinceramente não dá, paro e vejo que o outro lado
nem está tão longe, é que estou tão machucada, sem forças, tenho medo de me
arriscar e me machucar mais ainda.
Eu sei que do lado de lá da ponte com certeza está melhor
que do lado de cá, com festas, sorrisos, alegrias, percebo que as pessoas são
bem mais felizes, só que já arrisquei várias vezes vencer o medo de atravessar
a ponte, mas é bem mais forte que eu, não consigo ainda.
Então deixa como está, eu permaneço do lado de cá, com
minhas tristezas e angústias, dores e sofrimentos, tudo isto por entregar-me a
um amor que não merecia, que os primeiros braços abertos que encontrou jogou-se
neles, por quase sempre fazer as coisas pra quem não merece ai pago hoje um
preço altíssimo, vivo na mais profunda solidão, e quem está lá do outro lado da
ponte... Todas aquelas pessoas que sabem aproveitar a vida, que vive
intensamente todos os momentos.
Enquanto isso... Permaneço por aqui, tendo como eternas
companhias meu travesseiro (grande parceiro), meu computador (que escuta tudo e
não reclama de nada) e a minha solidão (esta faz tempo que está comigo).
Mas, quem sabe um dia eu atravesso esta ponte!
Escrito por Maria José
Autora do DIÁRIO DE UMA LOUCA
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