Tarde de domingo, mais uma vez a solidão toma conta de
todo meu ser. Perdi o gosto por quase tudo já, o que antes sentia prazer em
fazer hoje não tem significado algum. Nestas horas sinto muita falta da minha
querida terra onde eu tinha amigos, para onde sair qualquer hora, tinha com
quem conversar.
Digamos que eu vivia em um mundo onde tudo era possível
fazer, claro tinha as dificuldades, principalmente financeiras, mas era gostoso
passear na pracinha, encontrar os amigos, jogar conversa fora, dar boas
gargalhadas.
Quis o destino que eu saísse para uma cidade maior, onde todo
tem pressa, ninguém conhece ninguém, onde o meu mundo resume-se a uma TV, um
computador, meu querido travesseiro. Onde saio às ruas não tenho com quem
conversar, dou uma volta no quarteirão e retorno para o silêncio da minha casa,
do meu quarto, abraço-me ao travesseiro, não contenho as lágrimas, ligo a TV,
emociono-me com o filme antigo que está passando choro mais um pouco e perco-me
em pensamentos.
Recordo todos meus amigos, amores, minha amada família,
tudo está tão distante de mim agora, na minha cabeça é como um filme daquela
época boa da adolescência vejo-me na pequena cidade onde nasci, na pracinha com
o namorado e um monte de amigos, onde tudo era motivo pra sorrir, vejo-me
exercendo a profissão que escolhi.
Realmente hoje eu sei na realidade como a saudade e a
solidão são capazes de transformar o ser humano. Aquela garota alegre e
sorridente deixou de existir e deu lugar a uma pessoa triste e solitária.
Escrito por Maria José
Autora do DIÁRIO DE UMA LOUCA
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