Saí de casa por volta das quatro da tarde, assim sem rumo
sem saber pra onde ir, só queria caminhar, me afastar de onde estava, algo me
puxava pra que eu continuasse a caminhada, e eu andei, andei que cansei, o suor
pingava, o tênis apertava os pés, mas eu não conseguia parar, seguia em frente
sem vontade alguma de voltar.
Estava sem relógio, sem celular, não tinha noção de
horas, só percebi que aos poucos ia escurecendo, senti sede, mas não tinha
água. Eu parei não tinha ninguém a quem pedir ajuda, procurei uma pedra ou um
tronco de árvore pra sentar, descansar um pouco.
Ali mesmo eu cochilei, não sei por quanto tempo fiquei,
acordei com uma pessoa tocando meu rosto, levei aquele susto.
Era simplesmente uma criança a procura do seu gatinho que
assim como eu tinha fugido em busca de paz, ouvi vozes de adulto, era os pais
do menino preocupados com ele, lógico que também se assustaram com minha
presença.
Fizeram aquele interrogatório de praxe, perceberam que eu
era do bem, e mesmo com alguma desconfiança me levaram até sua residência, lá
eu saciei a sede, com muita insistência eu jantei com eles, após o jantar me
colocaram em um carro e me trouxeram até a rua onde moro.
Nunca mais os vi e pra ser bem sincera não tenho tanta
certeza se tudo foi de verdade ou apenas mais um dos meus devaneios.
Escrito por Maria José
Autora do DIÁRIO DE UMA LOUCA
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