quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O MENINO DA CALÇADA


Angustiada, peito apertado, um nó na garganta, saí pra dar uma volta no quarteirão, estava me sentindo a pior das criaturas, abandonada, sem amor, sem amigos, distante da família, as lágrimas quase não deixavam eu enxergar onde estava pisando.
Sentei em um banco embaixo de uma árvore e fiquei parada no tempo por uns minutos, a rua estava quase deserta, as pessoas passavam apressadas e nem percebiam minha presença, dor e angústia, resolvi voltar, levantei-me vagarosamente do banco e algo do outro lado da rua me chamou a atenção.
Deitado em cima de papelões na calçada estava um garoto, uma média de doze anos de idade, roupa rasgada, muito sujo, pés descalços, ele se assustou com minha presença. Ergueu-se, me olhou e eu perguntei o que ele fazia ali, a resposta foi: eu moro aqui mesmo, nesta calçada, de dia eu ando pelas ruas pra arrumar alguma coisa pra comer , mas a noite volto pra cá.  
E eu que pensava estar com todos os problemas do mundo, na minha frente tinha alguem numa situação pior pois eu pelo menos tinha um teto pra me abrigar.
Fui até minha casa trouxe um cobertor, uma sopinha quente, uns pães e deixei umas moedas com ele pra comprar algo pra se alimentar no dia seguinte.

Cheguei a seguinte conclusão: Quando pensamos ter os maiores problemas, logo vemos que existem situações piores que a nossa.


Escrito por Maria José
Autora do DIÁRIO DE UMA LOUCA

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