Estava à beira mar, fazendo minha caminhada rotineira, só
eu, Deus e meus pensamentos. Olhei aquelas ondas, a água molhando meus pés, foi
como se eu tivesse sido transportada daquele lugar, para o meio do nada, onde tudo
era deserto, frio, escuro.
Era um local impressionante, só havia pedras, caminhos
tortuosos, uma dificuldade pra visualizar onde estava pisando, e ali permaneci
por um bom tempo.
Como num passe de mágica senti a paisagem mudando, o
local clareando e comecei a ouvir vozes, um barulho diferente, uma música com
som muito alto, gente bebendo, vi que estava em uma festa, mas não reconheci
ninguém, tudo era esquisito.
Procurei em vão a porta de saída não encontrei, já estava
ficando desesperada, até que enfim vi no outro lado da sala uma mulher
caminhando em minha direção. Aproximou-se, me cumprimentou, quando ela tocou
meu braço eu despertei, continuava no mesmo lugar a beira mar e a pessoa que me
cumprimentou era uma amiga que não via fazia um tempo.
Aí literalmente meu passeio solitário transformou-se em
um a manhã de alegria, boas conversas, risadas ao relembrar fatos da nossa
adolescência.
Conversamos por cerca de duas horas tomando uma cervejinha
gelada. Ela despediu-se e eu prossegui minha caminhada por mais uns minutinhos
e já era hora de voltar pra casa, pra minha solidão, trancar-me no quarto e ali
passar o restante do dia, mas pelo menos neste dia eu tinha pensamentos
diferentes, o encontro com a minha amiga me trouxe lembranças da minha
adolescência, dos amigos da época, de fatos super importantes naquela ocasião e
que hoje nada valem.
Ali percebi que passei pela vida e não viví.
Escrito por Maria José
Autora do DIÁRIO DE UMA LOUCA
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