quarta-feira, 13 de março de 2013

ENTREGANDO OS PONTOS




É como se diz por aí, eu estou entregando os pontos, pendurando as chuteiras. Se disser que não me envergonho disso, estou mentindo, sinto sim por não ter dado conta do recado como devia, confesso que tentei de tudo pra não chegar nesse ponto.

Tentei driblar as dificuldades que surgiram ao longo dos anos, chorava por dentro, mas por fora conseguia tapear colocando um batonzinho e dando um sorriso, só que chega a hora que é impossível fingir, que tudo está maravilhoso, porque realmente não está.

Não consigo mais suportar o sofrimento, a dor no peito, a enorme saudade de tudo que já vivi. Momentos maravilhosos ao lado da família, de amigos, mas passou, não encontro forças pra reagir.

Sempre fui desajeitada pra pedir algo, mas nesse momento eu preciso sim de um abraço amigo, de um afago, de um carinho, de alguém que me escute e me entenda, não por piedade, por eu ser só, está nessa situação, preciso de alguém que me aceite como sou com todas as minhas virtudes e defeitos.

Tenho falhas sim, pois sou humana, apesar de muitos nem perceberem e acredito que isto é um dos pontos que mais me maltrata é não ser vista como um ser humano normal que necessita de apoio, que precisa chorar sem ser criticada, que precisa desabafar dividir seus problemas sem ser chamada de “coitada”, sinceramente não quero compaixão e sim compreensão.

Neste momento me encontro no fundo do poço, dividindo meus problemas com meu querido travesseiro, ele escuta tudo, me enxuga as lágrimas, apesar de excelente companheiro e ótimo ouvinte, lhe faltam os braços, para me aconchegar, a boca para transmitir aquele sorriso de confiança, de conforto, lhe falta pernas e corpo para o colo, e descobri que preciso muito de tudo isto, mas enquanto esse socorro não vem, vou ficando na companhia do meu querido travesseiro.

Escrito por Maria José
Autora do DIÁRIO DE UMA LOUCA

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